Woman client boxing with a coach during a training session

Aceite a bagunça: como deixar ir leva a uma mudança autêntica no coaching

No coaching, é tentador confiar em ferramentas, modelos e frameworks estruturados. Eles trazem clareza, previsibilidade e resultados mensuráveis. Amamos resultados porque eles parecem bons no papel. Eles satisfazem nossa necessidade de controle e certeza. Eles nos dão algo concreto para mostrar que a mudança aconteceu. Como coaches, muitas vezes queremos ser aqueles que tornaram essa mudança possível. É bom dizer: "Olha, fizemos algo que importa".

Mas aqui está uma verdade silenciosa que todos nós enfrentamos em algum momento: a vida é confusa e não para de ser confusa.

Os clientes não chegam ao coaching como problemas a serem resolvidos. Eles vêm como seres humanos complexos e vivos. Eles têm contradições, emoções, incertezas e anseios. Quanto mais nos aprofundamos em tópicos como identidade, propósito ou trabalho com a sombra, mais essa complexidade resiste a soluções estruturadas.

Frequentemente, recorremos a estruturas ou técnicas, nem sempre porque o cliente precisa delas, mas porque nós precisamos. Ansiamos por estrutura quando as coisas parecem incertas. Embora ferramentas e modelos possam ajudar, devemos nos perguntar: eles estão apoiando o crescimento do cliente ou o estão limitando? Estamos usando-os para convidar à descoberta ou para evitar desconforto?

Às vezes, a necessidade de usar uma ferramenta específica ou buscar um resultado específico tem mais a ver conosco. Queremos nos sentir competentes, impactantes e necessários. Queremos acreditar que estamos fazendo algo valioso. Mas a quem realmente atendemos? Estamos realmente apoiando o crescimento do cliente ou apenas buscando resultados para nos tranquilizar?

Deixar de lado essa pressão silenciosa faz parte do verdadeiro trabalho. Coaching sem agenda significa liberar a necessidade de consertar, resolver ou impressionar. Significa confiar na pessoa à nossa frente, mesmo quando ela se sente estagnada, confusa ou parece não estar progredindo. Nem toda sessão resulta em insights. Nem toda conversa leva a um avanço. Às vezes, o mais importante é simplesmente manter o espaço, permitir que a bagunça permaneça sem tentar resolvê-la.

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